O que é o Autismo?
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que interfere em como a pessoa interage com o mundo. Pode causar dificuldade em comunicação, socialização e comportamento. O termo “espectro” diz respeito à variedade de graus de sintomas que a pessoa pode apresentar.
Desde 2013, os termos diagnósticos foram modificados, evitando-se usar denominações específicas para tipos de autismo. O TEA é classificado de acordo com outras limitações existentes, tais como alterações de linguagem ou déficit intelectual, bem como pelo nível de comprometimento e consequentemente pelo grau de suporte que a pessoa necessita.
Como o TEA se desenvolve?
Ainda não é bem esclarecido como o TEA se desenvolve. Sabe-se que é um transtorno do neurodesenvolvimento com base biológica, e há um consenso de que seja causado por fatores genéticos que alteram o desenvolvimento cerebral. Isso influencia o desenvolvimento da comunicação social, resultando em interesses restritos e comportamentos repetitivos.
Existem fatores de risco para desenvolver o TEA?
Há alguns fatores associados a maior incidência do TEA, dentre eles:
- História familiar positiva: é visto maior prevalência do transtorno entre irmãos
- Sexo masculino: maior predominância dos casos
- Idade dos pais: tanto para as mães quanto para os pais, idades mais avançadas estão correlacionadas com aumento do risco
- Fatores ambientais: exposição, durante a gestação, a medicações teratogênicas (que podem afetar o desenvolvimento do bebê), substâncias tóxicas, infecções pré natais
- Fatores perinatais: complicações durante o parto
- Observação: nenhum desses fatores ambientais e perinatais, de forma isolada, têm evidência de ser a causa direta do TEA. Provavelmente há uma associação de múltiplos fatores
O TEA é comum?
Há um aumento do número de casos de pessoas diagnosticadas com TEA com o passar dos anos. Ainda não se sabe se tal aumento no número de casos se deve ao aumento do diagnóstico, ou devido a outros fatores.
Entre 2-5 crianças a cada 1000 tem Transtorno do Espectro Autista, e afeta mais homens que mulheres (4 homens a cada 1 mulher).
Aproximadamente entre 4-14% dos irmãos com TEA têm também essa condição.
Quais os sintomas do TEA?
Os sintomas são geralmente reconhecidos entre 2 e 5 anos de idade, mas podem estar presentes antes. Por definição, os sintomas devem estar presentes no início do neurodesenvolvimento, mas em alguns casos os sintomas só são mais aparentes quando a criança é maior.
O sintoma mais comum percebido pelos pais e cuidadores é o atraso do desenvolvimento da linguagem. Outros sintomas comuns são falta de contato visual e pouco interesse em outras pessoas.
Os sintomas incluem alterações nos seguintes domínios:
- Interação social: pouco interesse em brincar e interagir com outras pessoas, preferem brincar sozinhos. Em conversas, podem falar somente sobre um assunto específico de interesse, mesmo que não tenha relação nenhuma com a conversa do grupo.
- Comportamentos não verbais: Dificuldade em associar comunicação verbal com a não verbal, como contato visual, expressão facial, gestos e posições corporais.
- Comportamentos, ações e interesses restritos e repetitivos:
- Comportamentos corporais estereotipados (ex: balançar, bater os braços, girar, bater palmas, andar nas pontas dos pés)
- Insistência em rituais e rotinas específicas: mudanças podem causar ansiedade e frustração
- Interesses restritos
- Percepção sensorial: reações distintas a diversos estímulos, como luzes, sons, gostos ou tato.
- Habilidades cognitivas (pensar, memorizar e processar alguma informação): pode haver uma dificuldade em várias tarefas que envolvem processamento intelectual; ou pode haver uma habilidade acima do normal (superdotação) em assuntos e habilidades específicas, em conjunto com dificuldade intensa em outras habilidades.
- Habilidades de linguagem: atraso da linguagem. Geralmente não há a tentativa de compensar a falta da fala com outras linguagens não verbais (como gestos ou mímica). É comum que a habilidade de entendimento seja mais comprometida que a habilidade de fala. Há uma grande variabilidade de grau nesses sintomas.
Como é feito o diagnóstico do TEA?
O diagnóstico é realizado por profissional capacitado, geralmente Neurologista ou Psiquiatra, levando-se em conta toda a história clínica, exame físico e neurológico, teste de habilidade social, de linguagem e comportamental. Há geralmente aplicação de testes específicos para complementação diagnóstica. Nenhum dos testes é 100% sensível ou específico, e por isso deve ser avaliado em conjunto com toda a análise clínica.
Exames de Neuroimagem, tais como Ressonância Magnética, são indicados quando é evidenciada alteração no Exame Neurológico, a fim de excluir outras condições.
Existe tratamento para o TEA?
O tratamento existe visa aumentar a funcionalidade do indivíduo e diminuir os sintomas que estejam causando maior limitação em sua capacidade de interação com o mundo.
O tratamento deve incluir uma equipe multidisciplinar, e ser sempre individualizado da melhor forma possível. Uma equipe geralmente inclui: Fonoterapeuta/ Fonoaudiologista; Psiquiatra, Neurologista, Psicólogo e Terapeuta Ocupacional.
Inicialmente deve ser feita uma abordagem comportamental. O uso de medicações é indicado quando a abordagem comportamental não é suficiente para o manejo dos sintomas.
Como posso ajudar meu filho/ familiar ou conhecido que tem o diagnóstico de TEA?
Conhecendo melhor a condição e entendendo como o cérebro da pessoa funciona é uma grande ajuda para quem tem o TEA, pois além de tentar ajudá-lo a sentir-se mais seguro no mundo, quando eles sentem que são aceitos e compreendidos como são, isso traz também mais segurança a eles.
Busque ajuda de profissionais capacitados para essa caminhada.